Sonhar o Mundo: live sobre a equidade feminina em museus é destaque na programação
Museus paulistas participam da campanha e promovem diversas ações gratuitas focadas nos direitos humanos
Para celebrar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado em 10 de dezembro, o Sistema Estadual de Museus de São Paulo (SISEM-SP), instância da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, realiza mais uma edição da campanha Sonhar o Mundo.
Para o público que atua no setor museológico e em espaços culturais, no dia 11 de dezembro, das 10h às 12h30, o canal do SISEM-SP no Youtube será palco da apresentação “Mulheres mudam os museus”, com participação de Marián Cao (Universidad Complutense de Madrid – UCM), Lilian Amaral (programa DIVERSITAS/USP) e Andrea Pegoraro (Universidade de Buenos Aires). A mediação será de Ellen Nicolau (Museu da Diversidade Sexual).
Ao levantar questões sobre as estruturas institucionais e a real busca por equidade e inclusão em museus, o encontro objetiva fomentar as reflexões sobre as mudanças necessárias nas instituições museológicas, além de prosseguir a discussão de pontos abordados pelo SISEM-SP ao longo do ano, em eventos como o ciclo de lives Museus e Sustentabilidade e recente EPM 2020, cujos vídeos podem ser vistos no canal do SISEM-SP no Youtube.
Durante a conversa, será apresentado o autodiagnostico MAV (Mujeres en las Artes Visuales) para a igualdade em museus e centros de arte, instrumento pioneiro com metodologia que busca promover o comprometimento com a igualdade de gênero, que vai desde quem ocupa cargos de decisão até a representação de obras nos acervos das atividades expositivas.
O MAV é uma associação de mulheres com mais de 500 integrantes de toda a Espanha, que atuam juntas e de forma horizontal para alcançar seu principal objetivo: promover a igualdade real e efetiva entre mulheres e homens que atuam no setor.
O encontro virtual será um espaço para acompanhar o que o movimento Mujeres cambian los museos (Mulheres mudam os museus) tem a contribuir para as discussões sobre equidade de gênero nas instituições museológicas. O movimento teve sua origem na Espanha e tem sido replicado na América Latina.
“Os museus são sempre instados a provocar reflexões, mas também a refletir sobre os problemas sociais. Assim, associar museus a direitos humanos é natural. E os museus não poderiam se furtar a fazer uma autocrítica sobre a reprodução de desigualdades de gênero, racismo estrutural, capacitismo, LGBTfobia em suas estruturas. O evento virtual é um passo inicial do SISEM-SP na provocação aos profissionais e gestores de museus sobre mudanças necessárias para garantir que os museus sejam ambientes que reflitam as mudanças que desejamos para a sociedade”, diz Luiz Mizukami, executivo público do Grupo Técnico de Coordenação do SISEM-SP (GTC/SISEM-SP).
Participantes
Andrea Pegoraro – Doutora pela Universidad de Buenos Aires, com orientação em Antropología Social. Formada em Estudos Avançados de Gestão Cultural, IDAES. Secretária Acadêmica do Museo Etnográfico Juan Bautista Ambrosetti, FFyL-UBA. Diretora de Pós-Graduação Especialización en Museos, Transmisión Cultural y Manejo de Colecciones antropológicas e históricas, FFyL-UBA. Coordenadora geral da Red de Museos de la UBA. Coordenadora Acadêmica da linha “Museus e Patrimônio” da União Ibero-americana de Universidades (UIU) pela Universidad de Buenos Aires. Professora da disciplina Museos y Patrimonio da Especialización Gestión Cultural y Polítias Culturales, IDAES-UNSAM. Professora responsável pela Cátedra de Antropologia do Ciclo Básico Comum de graduação. É orientadora de dissertações e teses de mestrado e doutorado pela UBA e de Trabalhos de Conclusão de Curso da especialização IDAES-UNSAM. Publicou catálogos de coleções e artigos sobre museus. Recebeu bolsas nacionais e internacionais para realizar estágios em museus no exterior. Participou e participa de projetos de pesquisa financiados pela UBA, pelo CONICET e pela Fundación Bunge y Born.
Lilian Amaral – Artista Visual, curadora e pesquisadora no campo da arte contemporânea, memória e esfera pública em contexto ibero-americano. Doutora e Mestre pela ECA/USP e Universidade Complutense de Madrid/ES, (2000/2010). Pós-Doutora em Arte, Ciência e Tecnologia pelo IA/UNESP e Pós-Doutora em Arte e Cultura Visual pelo PPG FAV/UFG e Universidade Barcelona/ES (2014). DIVERSITAS USP. Docente e Pesquisadora no campo da arte, interculturalidade e educação patrimonial, integrando o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Práticas Artisticas y el Habitat na Universidade Antonio Nariño/Colômbia. Diretora da Rede Internacional de Educación Patrimonial contexto ibero-americano e do Observatório de Educación Patrimonial para América Latina. Lider do Grupo de Pesquisa ibero-americano HolosCiudade – Media Lab BR UFG. Coordenadora da Linha de Pesquisa R.U.A. Realidade Urbana Aumentada / Arte e Media City – MediaLab BR -UFG/IA UNESP. Membro do Grupo de Pesquisa Barcelona BR: AC – Barcelona Recerca Arte y Creación e professora convidada da Universidade Barcelona/Espanha.
Marián López Fdz. Cao – Catedrática. Doutora em Belas Artes. Mestre em Intervenção Psicoterapêutica, estudos sobre Gênero e Feminismo. É arte-terapeuta credenciada pela Federación Española de Arteterapia (FEAPA). Foi diretora del Instituto de Investigaciones Feministas de la Universidad Complutense de Madrid (2007-2011), presidenta da Asociación Mujeres en las Artes Visuales (2012-2017). Atualmente, é vice-presidente da European Consortium of Arts Therapies Education (ECARTE) e assessora da pró-reitoria de Relações Internacionais.
Ellen Nicolau – Apaixonada por Educação. Especialista em História, Museologia e Divulgação da Ciência e da Saúde, licenciada em História com aperfeiçoamento em Movimentos Sociais Crises Contemporâneas à luz do Materialismo Crítico, técnica em Museologia, estudante de Pedagogia e de especialização em Educação e Direitos Humanos. Possui experiências relacionadas à educação, pesquisa e difusão, desenvolvendo ações e projetos específicos voltados à mediação cultural e aprendizagem. Contribui nas temáticas de Educação, Museologia, Democratização Cultural, é associada ao Instituto de Direito, Economia Criativa e Artes (IDEA) e atualmente integra o Núcleo de Educação do Museu da Diversidade Sexual através de atividades de supervisão.
Sonhar o Mundo
A campanha é uma realização do SISEM-SP em parceria com a ACAM Portinari, a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, o Museu do Futebol, o Museu Afro Brasil, o Museu da Diversidade Sexual, o Museu da Imigração de São Paulo, o Memorial da Resistência de São Paulo, o Museu da Inclusão e o Museu Índia Vanuíre. Para ver a agenda de atividades do Sonhar o Mundo, clique aqui.
Realizada pela primeira vez em 2015, a campanha Sonhar o Mundo busca articular os museus paulistas em torno de ações ligadas aos Direitos Humanos, dando visibilidade ao tema a partir de programação cultural, educativa e de comunicação nas mídias sociais.