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Santander desenvolve solução de IA para acordos de reorganização financeira

Uma pesquisa realizada no HUB Santander desenvolveu soluções inovadoras que vão otimizar as renegociações de dívidas de pessoas em dificuldades financeiras. A partir de novo processo que envolve inteligência artificial, o índice de sucesso de finalização de acordos foi 28% maior do que as negociações feitas da forma tradicional, de acordo com iniciativa preliminar do Santander.

Foi Luis Henrique Pauleti Mendes, doutorando do Instituto de Ciência da Computação da Unicamp e bolsista no HUB Santander, que levantou a questão: dado que a disponibilidade de atendimento na Central de Atendimento é limitada, qual seria a melhor combinação de ofertas para aumentar a quantidade de clientes que consigam renegociar as suas dívidas e reorganizar sua vida financeira?

A partir desta questão, Luis Henrique, que é aluno de doutorado da área de Otimização Combinatória e Pesquisa Operacional da Unicamp, desenvolveu uma ferramenta que possibilita dividir dados em blocos e iniciar vários algoritmos de uma vez. A solução final, feita em conjunto com docentes da universidade e com os times de Ciência de Dados do Santander, surgiu a partir de combinações de dados em cada um desses lotes que a ferramenta segmentou, apresentando uma lista personalizada e otimizada de oportunidades para os clientes.

A partir deste processo, foi testado se a lista de clientes gerada pelo modelo de otimização traria uma maior recuperação do que o contato feito tradicionalmente. Para uma análise preliminar, foram escolhidos clientes com maior potencial para o Banco, levando em conta o valor a ser renegociado e outros fatores. Logo nos primeiros testes, houve um aumento imediato no número de acordos realizados, resultando em um crescimento de 28% nas contratações de acordo na amostra selecionada para o estudo.

“O desafio de entender o momento do cliente e otimizar a solução mais adequada a cada contexto é muito claro para nós. A necessidade era rodar uma solução de otimização que compreendesse a melhor alternativa para nossos clientes. Para resolver este problema, o Luís sugeriu o uso de um novo algoritmo de OR (pesquisa operacional) que permitia combinar de forma bastante eficiente o perfil de nossos clientes com uma solução financeira personalizada”, esclarece Eduardo Luis Sasaki, superintendente executivo de Data & Analytics do Santander.

Luis Henrique utilizou um método conhecido como o Problema da Mochila, em que é necessário encher uma mochila com objetos de diferentes pesos e valores, preenchendo-a com o maior valor possível, mas sem superar um peso determinado.

“Suponha que a mochila é a Central de Atendimento, a capacidade dela são as horas contratadas pela empresa e os itens são os clientes com necessidade de renegociar suas dívidas. O peso ideal seria o tempo que você estima que durará uma ligação com o cliente. A ideia é que a soma dos pesos não exceda a capacidade da mochila, com o valor dos itens, sendo o que você espera converter [renegociar] as dívidas ao máximo”, explica o pesquisador, que conseguiu programar algoritmos capazes de determinar quais são as ofertas ideais para o caso de cada cliente.

“Esse projeto beneficia tanto o aluno em poder potencializar sua pesquisa, quanto o Santander que pode otimizar seus acordos via Central de Atendimento. Essa parceria de mão dupla vem gerando propriedade intelectual de forma genuína para o Banco e para os pesquisadores participantes”, Nicolás Vergara, superintendente executivo do Santander Universidades no Brasil.

HUB Santander

A parceria entre o Santander e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) conta com o fomento à pesquisa acadêmica via concessão de bolsas de Mestrado e Doutorado no âmbito do programa Becas e com a realização de inovação de ponta no campo da Inteligência Artificial (IA) aplicada a finanças.

Para a inovação em IA, o Santander instalou um polo de tecnologia e inovação no uso de dados, o HUB Santander, localizado dentro do campus do Instituto de Ciência da Computação (IC) da universidade. O HUB Santander tem proporcionado maior aproximação e troca de experiências entre a academia e construído soluções aplicadas a problemas reais de mercado e da sociedade, com ênfase nos temas de finanças e de ética no uso de dados e algoritmos. Decorrente dessa parceria, os primeiros cases de aplicação prática já começam a impactar positivamente a vida de milhares de pessoas.

“Não hesitei em participar do projeto quando anunciaram as bolsas. Foi muito legal por parte do Santander, pois o anúncio das bolsas não foi para uma área específica. O Banco chegou para os pesquisadores, perguntou o que estávamos fazendo e demonstrou interesse em impulsionar nossas atuações com as bolsas de estudos, além de nos disponibilizar um espaço físico excelente para a realização das pesquisas, que fica dentro da Unicamp, o HUB Santander”, explica Luis Henrique Pauleti Mendes.