Saúde

Percebi que meu cabelo está cada vez mais frágil. E agora?

Os fios também são vítimas do envelhecimento, mas existem opções que podem contornar o desgaste do tempo

Seja comprido ou curto, crespo ou liso, loiro, escuro ou até colorido, o cabelo é um assunto muito importante para mulheres de todas as idades. Ele sempre foi um atestado de moda, beleza e autoestima, e hoje em dia, com diferentes estilos e infinitas possibilidades de tinturas, se tornou um aspecto da personalidade.

Por isso a ideia do envelhecimento dos preciosos fios de cabelo, situação nem sempre lembrada, uma hora chega. A Dra. Patricia Marques, cirurgiã plástica especialista em tratamentos reparadores de cabeça e pescoço, esclarece que o organismo passa por muitas mudanças nesse processo e por consequência o cabelo também é alterado.

“Existem fatores que vão variar o nível desgaste, como exposição ao sol, tabagismo, muito tempo colorindo o cabelo, mas inevitavelmente uma mudança vai acontecer,” pontua. Marques explica que existe uma perda natural de certas substâncias, como a queratina e lipídeos, que irão gerar os fios brancos e deixá-los mais finos e quebradiços.

“Biologicamente o organismo feminino ainda passa pela fase da menopausa, que é uma queda brusca do hormônio do estrogênio, muito ligado a qualidade de cabelos, unhas e pele.” Ela destaca que muitas mulheres ainda sofrem com alopecia androgenética, a calvície. “Mesmo sendo muito mais comum entre homens, é possível que se manifeste em mulheres também.”

Pode parecer um prognóstico um pouco sem esperança, mas a especialista assegura que é possível devolver a vitalidade aos cabelos, com uma série tratamentos e um pouquinho de disciplina. Nesses casos, ela conta que prefere uma abordagem mais natural e menos agressiva.

Primeiramente, é importante estar com o processo vitamínico e hormonal em dia. “Receitamos complementação nesses dois aspectos, através de pílulas e dependendo do caso, podemos fazer injeções de certas substâncias direto no couro cabeludo.” Conhecida como mesoterapia, ela consiste em inserir vitaminas e certos medicamentos nos folículos capilares, estimulando o crescimento e produção de colágeno mais rápido.

“Existe ainda a opção do laser capilar, que vai ampliar o fluxo de sangue nos vasos da cabeça, aumentando a oxigenação e por consequência a saúde da região, gerando fios novos, mais grossos e resistentes.”

Você pode até pensar, ‘não seria mais fácil realizar um transplante capilar?’ Mas Marques explica que não é uma opção para todas as pacientes, já que ela pode ter pouco cabelo para ser utilizado, ou até por estar numa idade avançada, ter a pele muito frágil para uma cirurgia do tipo.

“Além disso, mesmo que houvesse o transplante, você vai precisar também do complemento vitamínico, do laser ou até os dois. Raramente um destes tratamentos vai resolver o problema por si só, por isso preferimos começar de maneira pouco invasiva.”

Apesar de parecer complexo e um pouco demorado, o processo com certeza tem sua recompensa, ainda mais quando falamos de algo que está tão integrado a identidade da pessoa. “Acredito que fazer um investimento em si mesma, para seu bem-estar e autoestima, sempre vale a pena”, finaliza a cirurgiã plástica.

Sobre a Especialista:

Doutora Patricia Marques é graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, com especialização em reconstrução de mama e cirurgia linfática no Hospital Santa Creu i Sant Pau em Barcelona, e complementação em cirurgia reparadora de mama, cabeça e pescoço no Hospital Memorial Sloan-Katering Cancer Center, em NY, EUA. 

CRM-SP: 146410

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