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Cresce no Brasil o uso do modelo imobiliário Built to Suit

Informações da XP Investimentos, em parceria com a Cushman & Wakefield, apontam que contratos Built to Suit (BTS) têm atraído a atenção de empresas de médio e grande porte no varejo, permitindo a expansão geográfica com custos reduzidos e imóveis adaptados às necessidades específicas dos negócios. O modelo já movimenta bilhões em investimentos anualmente, e vem ganhando força não apenas entre grandes redes varejistas e operadores logísticos, mas também em setores como saúde, educação e agronegócio.

O conceito de Built to Suit, do inglês “construído para servir”, se baseia em um acordo no qual o proprietário ou investidor constrói ou adapta um imóvel de acordo com as exigências do futuro locatário. Em contrapartida, a empresa que ocupará o espaço assina um contrato de locação, normalmente com prazo longo (geralmente entre 10 e 20 anos), garantindo retorno ao investidor e estabilidade ao inquilino.

Especialista em negócios imobiliários e com 25 anos de experiência no setor, Fernando Chalela dos Santos explica que o modelo BTS vem ganhando força no Brasil pela capacidade de alinhar interesse de ambas as partes com previsibilidade e segurança jurídica.

“O BTS é a união perfeita entre a visão estratégica de longo prazo das empresas e o interesse de investidores em ativos de alta liquidez. É um modelo onde todos ganham: o empresário recebe um imóvel exatamente como precisa e o investidor tem um contrato seguro, com retorno previsível”, afirma Fernando.

Ainda de acordo com Fernando, outro diferencial importante do Built to Suit é a eficiência na alocação de recursos. O locatário não precisa desembolsar capital para construção ou aquisição do imóvel, podendo concentrar seus investimentos no core business da empresa. Para o investidor, o modelo é atrativo porque proporciona contratos de longa duração, rentabilidade acima da média de locações convencionais e valorização do ativo ao longo do tempo.

“O BTS oferece um pacote de benefícios únicos: planejamento arquitetônico personalizado, localização estratégica definida em conjunto com o cliente e um contrato firme que garante o uso do espaço por muitos anos. Isso reduz vacância e aumenta a previsibilidade financeira para o investidor”, destaca.

O especialista também pontua que, além disso, o formato também contribui para a modernização da infraestrutura corporativa do país, especialmente em setores que demandam espaços operacionais altamente específicos. É o caso, por exemplo, de centros de distribuição logísticos que exigem altura livre, docas e pátios para caminhões, ou hospitais que precisam de estruturas adaptadas a normas sanitárias rigorosas.

Com a profissionalização do setor, o BTS também passou a ser mais explorado por fundos de investimento imobiliário (FIIs), que veem nesse modelo uma oportunidade de adquirir ativos bem localizados, com contratos atrelados a empresas sólidas e baixo risco de inadimplência.

“Para quem investe, o Built to Suit é uma ferramenta de proteção e crescimento. Para quem ocupa, é uma chance de ter o imóvel ideal sem comprometer capital próprio. O sucesso do modelo está justamente nessa sinergia”, conclui.