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Maio Bordô busca desmistificar gatilhos e causa da enxaqueca

A enxaqueca é uma doença neurológica crônica. Ela afeta mais mulheres do que homens, e se estima que 15% da população mundial, 31 milhões no Brasil, tenha esta doença de forma crônica. Por ser uma condição tão prevalente, é comum que existam diversas crenças ou mitos relacionados a ela. Uma destas crenças é sobre as causas da enxaqueca. Estresse, chocolate, calor, vinho, são alguns dos vilões mais comumente associados às crises de enxaqueca, porém o que é verdade e o que é mentira nisso? A campanha Maio Bordô é uma colaboração da CDD com a Associação Brasileira de Cefaleia em Salvas e Enxaqueca (ABRACES) que conta com o apoio social da farmacêutica Teva, com o objetivo de conscientizar a respeito da importância de romper com alguns pressupostos enganosos a respeito desta condição, e seguir um tratamento adequado a ela.

 

Para responder a pergunta feita acima é preciso compreender a diferença entre causa e gatilho. A enxaqueca é uma doença crônica de todo o cérebro, com origem genética, porém que se manifesta através de crises, que podem ser desencadeadas pelo que chamamos de gatilho. Isto é uma interação constante entre a tendência genética e o ambiente (gatilhos).

 

O que é um gatilho?

Imagine um copo se enchendo de água, gota a gota. Este copo é o seu “limite para enxaqueca”, e cada gota que pinga é um gatilho em potencial, que vai sendo tolerado pelo seu corpo até chegar ao limite e transbordar, desencadeando uma crise de enxaqueca. Este limite pode ser qualquer ato, evento, mudança,fator externo ou interno que pode resultar na enxaqueca.

 

Não existe um gatilho universal que “funcione” para todas as pessoas, mas existem alguns gatilhos que são mais comuns:

  • Fatores emocionais como estresse, ansiedade, tensão;
  • Jejum prolongado;
  • Ciclo hormonal feminino (a enxaqueca menstrual acontece entre dois dias antes até três dias após o início da menstruação);
  • Dormir mal;
  • Cheiros fortes, comidas gordurosas, café em excesso, vinho, mudanças climáticas etc.

Como um dos sintomas pré enxaqueca (ou da fase pródromo da enxaqueca) é o craving, isto é, a vontade de consumir determinados alimentos, não existe ainda um consenso científico a respeito se a ingestão de determinados alimentos é um gatilho ou algo que já acontece durante a crise de enxaqueca. 

De qualquer forma, é importante que se tenha autopercepção a respeito do próprio corpo, como uma forma de evitar ou tentar manejar estes gatilhos em potencial. Manter um “diário de enxaqueca” é uma boa forma de fazer isto, anotando fatores que podem ter desencadeado as crises, e tentando perceber as nuances entre gatilho e sintoma. 

Este é um dos motivos da importância de campanhas como a do Maio Bordô, de acordo com a vice-presidente da CDD, Giulia Gamba “Campanhas como essas auxiliam na busca de um diagnóstico e também de autoconhecimento. A enxaqueca ainda é uma condição rodeada de muita desinformação, o que afeta diretamente a qualidade de vida e tratamento.  Esta doença pode ter um grande impacto diretamente na vida em diversos âmbitos, incluindo o profissional, não se tratando de uma simples “frescura”, como ainda é erroneamente encarado em diversas situações

SOBRE A CDD – A associação Crônicos do Dia a Dia é uma organização sem fins lucrativos. Desde 2018, tem como missão apoiar todo o potencial humano para ampliar as perspectivas das pessoas que convivem com condições crônicas de doença.  A partir dos pilares de trabalho de Responsabilidade social, Qualidade de vida, Políticas Públicas, Pesquisa e Informação, desenvolve projetos e campanhas para fortalecer o diagnóstico precoce, conscientizar sobre sintomas, contribuir com a construção de políticas públicas efetivas, tratamentos e vivências com os diagnósticos. A campanha de conscientização Maio Bordô tem o apoio social da farmacêutica Teva.