Especialista avalia causas para mulheres não irem ao ginecologista
Segundo levantamento com 1.089 pacientes, cerca de 4 milhões de brasileiras nunca se consultaram com médicos da área
O Brasil apresenta um dado preocupante em relação ao público feminino: 4 milhões de pacientes nunca foram ao ginecologista, o que representa cerca de 5% do total. Outras 6,5 milhões de brasileiras (8% do total) não costumam ir ao especialista da área.
Esses números estão presentes em um levantamento, a pedido da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), realizado pelo Instituto Datafolha. Foram consultadas, em dezembro de 2018, 1.089 mulheres de 16 anos de idade ou mais, pertencentes a todas as classes sociais do País.
O objetivo da pesquisa foi investigar e compreender como a mulher vê o profissional de ginecologia e obstetrícia, qual o valor do especialista na vida dela e a percepção sobre a importância do papel do médico durante as fases da vida da cidadã, da adolescência à menopausa.
Fatores
A professora Silvana Maria Quintana, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP), explica porque tantas mulheres não procuram o ginecologista como deveriam.
“É importante definir qual o público-alvo que teria obrigatoriamente que ir ao ginecologista. As mulheres precisam ter acesso e devem saber a relevância disso. Não é apenas por uma causa. Nessa pesquisa, algumas mulheres não consideram importante se não tiver sintomas, o sistema público e suas dificuldades. Creio que são vários fatores. E precisamos avaliar tanto a parte cultural quanto a dificuldade de acesso dessas mulheres”, conta a especialista.
A docente acredita que, antes de qualquer providência, é importante conscientizar essas mulheres. “A paciente precisa ter o seu médico para que ele faça as orientações necessárias em cada fase de sua vida, não importa que os sintomas não apareçam. Com abordagens mais específicas para a idade dessa mulher. E não é só previsão de câncer, mas inúmeras abordagens de fatores de exposição”, conclui.
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