De professora à CEO, Ana Claudia Silva luta por representatividade negra no material escolar
Educadora formada há 18 anos, mulher preta e mãe de três filhos, Ana Claudia Silva tornou-se empreendedora por essência e exemplo familiar. Atua como afroempreendedora desde 2018 assumindo uma missão: batalhar para que pais e crianças negras se sentissem contemplados em seus hábitos de consumo se enxergassem nos materiais escolares que consumiam todos os anos. Foi assim que ela se tornou Afra Design, empresa pioneira no segmento de papelaria étnica no Brasil.
“Me recordo, como se fosse hoje, minha indignação quando fui comprar os materiais da lista do meu filho e queria que fossem cadernos com a capa do Pantera Negra. Para minha surpresa, não achei nada. Isso impacta não só nossa autoestima como nosso senso de autoafirmação, que perpetua o mito da desigualdade racial no país”, aponta a empresária, que também é pós-graduada em gestão escolar e especializada em História e Cultura Afro-Brasileira pela Universidade de São Paulo.
“Temos que agir almejando o topo” – os desafios do empreendedorismo negro
Palestrante no segmento educacional e afroempreendedor, Ana Claudia enxerga que, quando se fala no setor privado, os desafios para 56% da população preta e parda vão além da representatividade estética.
“A maioria só conta com familiares para ajudar em operações básicas do negócio, o que impede de profissionalizar processos e leva à estafa profissional”, alerta a fundadora da Afra.
“Começamos pequenos, entretanto a crença que imprimo no meu negócio é a de que não podemos ter metas nem ações tímidas. Temos que pensar grande e agir almejando o topo”
Sobre a Afra Design
Pioneira no segmento de papelaria étnico inclusive, a Afra Deisgn tem sua própria linha de cadernos, bolsas e vestuário profissional com estampas afro-brasileiras que remetem à alegria e nobreza da população negra. “Temos uma expectativa de crescimento de 14% no lucro da empresa e de no mínimo R$ 50.000,00 no valor de mercado para o ano de 2021. “