Efeitos do esgotamento emocional na mente e no corpo
por Andréa Ladislau, doutora em psicanálise
Em meio a situações diversas de estresse e confronto pessoal, é natural o surgimento ou o agravamento de transtornos de estresse pós-traumático, transtornos de ansiedade generalizada, pânico e outros sintomas decorrentes de um momento carregado de medo, tensão e angústia. Além dos aspectos físicos e biológicos, também devemos estar sempre atentos aos diversos pontos relevantes voltados para a saúde mental e emocional das pessoas. O esgotamento emocional é muito comum em épocas de excesso de desequilíbrio mental. A exposição aos traumas pode intensificar a sensação de desgaste mental. Esse desgaste tem algumas características comuns que geram total descontrole de suas ações e pensamentos. Um esgotamento emocional que também pode ser classificado como uma fadiga emocional.
Cansaço excessivo, físico e mental; dor de cabeça frequente; alterações no apetite; Insônia; dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança; negatividade constante; sentimentos de derrota, desesperança e incompetência; alterações repentinas de humor; isolamento; fadiga, pressão alta, dores musculares, problemas gastrointestinais; alteração nos batimentos cardíacos, entre outros. Infelizmente, essas são as respostas de nossa mente frente a situações desagradáveis. O indivíduo sente-se inseguro e, sem ter muita certeza do que pode realmente ser real, a sensação mais comum é a falta de controle, a incerteza com os dias futuros e uma instabilidade relativa a tudo – e a todos. Além disso, observa-se um aparente desespero e uma demonstração de impulsividade – e, em alguns casos, até podemos perceber evidências suicidas. O indivíduo pode apresentar sinais que vão do tédio à solidão, incluindo acessos de raiva, intolerância e agressividade, transtornos psíquicos que podem atingir a todos, mas que devem ser observados e tratados, pois podem se agravar e associar-se a outros transtornos graves que afetam diretamente a saúde mental e o equilíbrio emocional do indivíduo.
As principais apreensões da mente podem ser o medo, a frustração e a ansiedade, acrescidos de uma sensação de impotência em relação ao dia de amanhã. Ao perceber que não se pode ter o controle de tudo, o ser humano se depara com sua mais cruel realidade e, infelizmente, comprova que não está preparado para compreender tudo à sua volta. Essa fragilidade cerceada pelo medo contribui ainda mais para potencializar a atmosfera de insegurança.
E o que fazer com essa sensação de esgotamento mental e emocional, principalmente em tempos de pandemia? Como trabalhar nossos medos e inseguranças frente ao que não podemos administrar ou mudar? Enfim, para vencer o esgotamento emocional é necessário ter consciência do mal que te acomete, descobrir qual o gatilho para o início da sensação de inutilidade, de medo, de cansaço mental e de desejo de fuga do mundo, que gera o isolamento através da fobia social. É importante descobrir onde está ancorada a angústia e dor que te acompanha. A tranqüilidade e a serenidade é o que devemos buscar para nossa vida e para os que estão a nossa volta. É certo que vencemos o medo e a insegurança quando trabalhamos a nossa inteligência emocional a favor da razão – esta fará com que você ultrapasse os obstáculos. E se estiver consciente dos cuidados e precauções, munido de informações corretas, com toda certeza você poderá encarar tudo da maneira mais tranqüila, sem pânico e sem desespero. E o mais importante: busque ter pensamentos positivos que, certamente, irão te auxiliar no fortalecimento do sistema imunológico e impedir baixa de sua imunidade.
Controle seus sentimentos e compreenda melhor suas emoções. E talvez a dica mais preciosa que possa dar é: reveja o que sua mente consome. Isso é muito importante para a sua saúde mental e também para a promoção do equilíbrio. Não alimente pensamentos ruins, não fique ligado em notícias tristes a todo tempo, histórias depressivas e carregadas de ódio, raiva e maldades. Evite consumir o que pode lhe fazer mal, aumentar sua ansiedade e proporcionar sensações depressivas. Somos responsáveis pelo que vivenciamos e, mais do que isso, não seja esponja emocional dos problemas do outro. Não carregue o mundo nas costas. Aprenda a colocar limites no que não lhe cabe.
Portanto, mudança de hábitos, positividade, ocupação da mente com atividades que alimentem o cérebro, o consumo de bons conteúdos, serenidade e empatia são ingredientes indispensáveis para que o esgotamento mental seja eliminado sem deixar seqüelas emocionais no ser humano. Seja otimista e não deixe de acreditar. Afinal, o nosso cérebro responde igual ao nosso corpo. Quanto mais combustíveis bons você colocar, mais ele vai funcionar melhor. Desacelere! Pense nisso e elimine a exaustão mental e emocional, desacelerando para que tenha uma vida mais saudável com a promoção do seu bem-estar.
Dra. Andrea Ladislau
Psicanalista
* Doutora em Psicanálise
* Membro da Academia Fluminense de Letras – cadeira de numero 15 de
Ciências Sociais
* Administradora Hospitalar e Gestão em Saúde
* Pós Graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social
* Professora na Graduação em Psicanálise
* Embaixadora e Diplomata In The World Academy of Human Sciences US
Ambassador In Niterói
* Professora Associada no Instituto Universitário de Pesquisa em
Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo.
* Professora Associada do Departamento de Psicanálise du Saint
Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites.