Saúde

Acompanhamento nutricional e psicológico é essencial para emagrecimento saudável, dizem especialistas

Nutricionista e psicóloga do Instituto de Emagrecimento de Santos (IES) explicam a importância desse acompanhamento e falam sobre os riscos da obesidade para a saúde 

Mais de um bilhão de pessoas no mundo sofrem de obesidade, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Conforme alerta a médica endoscopista Tássia Serra, do Instituto de Emagrecimento de Santos (IES) e membro da Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade (SBEMO), esse é um problema de saúde grave, que pode gerar outros problemas ao longo do tempo.

“Muitas pessoas buscam métodos de emagrecimento pouco ou nada eficazes, dietas que podem ser até perigosas para a saúde. Acontece que cada corpo é diferente e, sem um acompanhamento profissional, a pessoa pode acabar voltando à estaca zero ou pior, colocando a própria saúde em risco”, enfatiza.

Segundo dados da última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas, realizada em 2021, 22,4% dos brasileiros acima de 18 anos tinham um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior que 30, considerado obesidade grau I.

“A obesidade pode afetar a saúde por completo, seja o funcionamento do organismo até a saúde mental, além de desenvolver vários problemas futuros. Essa é a importância do trabalho em conjunto que realizamos como equipe multidisciplinar aqui em nosso atendimento”, afirma a endoscopista Carolina Manna Santos, também profissional da IES e membro da SBEMO.

Saúde mental

Caracterizada pelo acúmulo de gordura no corpo por energia consumida superior à usada pelo organismo no dia a dia, a obesidade pode causar sérios problemas de saúde como diabetes, hipertensão, problemas nas articulações, AVC, entre outros.

Mas a obesidade pode, também, ser responsável por problemas psicológicos. É o que aponta a psicóloga do Instituto de Emagrecimento de Santos (IES), Rosana Serra. De acordo com a especialista, a correlação entre saúde mental e obesidade é uma via de mão dupla que pode ser retroalimentar. Ou seja, uma condição pode causar ou agravar ainda mais a outra.

Conforme explica a especialista, a pessoa com obesidade pode apresentar  uma importante insatisfação com o próprio corpo, implicando em maior risco para o surgimento de transtornos psicológicos. Por outro lado, pessoas com tais transtornos, muitas vezes, por hábitos inadequados, acabam tendo um ganho de peso exagerado.

A psicóloga ressalta, no entanto, que não se pode considerar a obesidade apenas pela questão do consumo de alimentos. Deve-se, também, levar em conta a influência de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais.

“Outro ponto importante a considerar é que nem todas as pessoas com obesidade apresentam algum transtorno psicológico e vice-versa. Quadros de transtornos depressivos na pessoa obesa, muitas vezes, não podem ser atribuídos apenas ao peso”, diz Rosana.

Diagnóstico

Segundo a nutricionista do IES, Roberta Silva dos Santos, o diagnóstico da obesidade é feito a partir do cálculo do IMC, da seguinte forma:

Abaixo de 18.5 – abaixo do peso

18.5 a 24.9 – peso normal

25 a 29.9 – sobrepeso

30 a 34.9 – obesidade grau I

35 a 29.9 – obesidade grau II

Acima de 40 – obesidade grau III ou obesidade mórbida

“Em consultório, usamos uma balança que avalia a composição corporal do paciente, ou seja, uma estimativa da porcentagem de gordura, músculo e ossos. Assim, consigo ter um olhar mais individualizado. Fazemos, ainda, avaliações laboratoriais para detectar qual o estado de saúde do paciente de forma geral e qual programa de intervenção vamos fazer para que melhore”, explica a nutricionista.

Segundo Roberta, a obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, pode surgir por uma série de motivos. Os principais, que aumentam a chance de seu desenvolvimento, são maus hábitos alimentares, noites mal dormidas, além da falta de exercícios físicos.

Conforme aponta, existe ainda um outro fator que pode influenciar, mesmo que pouco: a genética. “O meio e a forma que a pessoa vive pode mudar totalmente a situação. Exemplo, se meus pais são obesos, não significa que eu vou ser. Significa apenas que tenho uma predisposição genética, mas dependendo dos meus hábitos de vida e alimentares, eu posso não desenvolver a obesidade. Não é uma sentença”, exemplifica.

Importância do acompanhamento psicológico e nutricional

A especialista Tássia Serra, do Instituto de Emagrecimento de Santos (IES), mostra que para haver mais chances de um emagrecimento efetivo, é necessário o acompanhamento de uma equipe interdisciplinar, modalidade na qual os profissionais atuam juntos para resolver o problema do paciente.

“Os índices de obesidade aumentam a cada dia e as pessoas têm dificuldade em seguir um plano alimentar, tentam várias vezes, não conseguem, e acabam recorrendo a medicamentos. Nossa proposta do balão intragástrico, por exemplo, serve como apoio no processo. Por isso, é importante o acompanhamento nutricional e psicológico, para o paciente começar o processo de reeducação alimentar e também analisar o que o levou à obesidade, identificando quais sentimentos e frustrações, os chamados gatilhos emocionais, o provocam”, finaliza.

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