Incidência das conjuntivites de causa viral cresce 12% de um ano para o outro
A maior circulação e aglomeração de pessoas em locais públicos no verão é um dos fatores que contribui para a transmissão da infecção ocular
O clima mais quente do verão propicia maior interação social e consequente aglomeração, o que facilita a disseminação de agentes infecciosos tal como os vírus. A exemplo disso, crescem as ocorrências atreladas às conjuntivites de causa viral, uma infecção ocular bastante comum e altamente contagiosa, que pode afetar pessoas de qualquer idade. Entre elas, a ceratoconjuntivite viral, que se caracteriza pela infecção da superfície dos olhos e consequente inflamação intensa da conjuntiva (membrana que reveste a porção interna das pálpebras e a esclera, parte branca dos olhos) e da córnea (domo transparente e que tem como composição o colágeno e se localiza a frente da íris, parte colorida dos olhos).
De acordo com o médico oftalmologista Pedro Antonio Nogueira Filho, chefe do Pronto-Socorro do H.Olhos, “a incidência de casos registrados nas unidades Paulista e ABC chegou a 48% em janeiro deste ano, antes, no mesmo período de 2024, o número era de 36%. O crescimento se explica pela maior circulação e aglomeração de pessoas em praias, parques e outros locais públicos, neste período do ano”.
O médico alerta que “em caso de sintomas como inchaço das pálpebras, coceira e vermelhidão nos olhos, secreção excessiva com aspecto transparente como lacrimejamento, sensação de areia nos olhos e sensibilidade à luz é fundamental consultar um especialista para confirmar o quadro de conjuntivite de origem infecciosa viral e adotar os cuidados necessários”. Outro tipo de conjuntivite transmissível é a bacteriana. Com sintomas mais intensos, como dor e secreção purulenta, a doença é tratada com antibióticos indicados pelo oftalmologista.
“Tanto a forma viral quanto a bacteriana podem ser adquiridas pelo contato com as secreções oculares do paciente infectado e é importante adotar alguns cuidados”, recomenda o Dr. Pedro Antonio Nogueira Filho. Veja quais são eles:
– lavar as mãos frequentemente com água e sabão;
– fazer a higienização com álcool em gel 70% nos momentos em que estiver fora de casa;
– evitar levar as mãos ao rosto;
– não compartilhar toalhas, travesseiros ou outros objetos da rotina da casa;
– maquiagens e produtos de uso pessoal também não devem ser compartilhados.
Sem o tratamento adequado, as conjuntivites podem causar complicações definitivas na superfície dos olhos, como inflamação ou lesão na córnea, além de prejudicar a visão. Outro fator de risco é a automedicação, pois o uso de medicamentos sem prescrição médica pode agravar ainda mais os sintomas. Consulte sempre um médico oftalmologista e cuide bem de sua saúde ocular.