Opinião

Abril Azul reforça a importância da iluminação saudável para os 2 milhões de autistas no Brasil

Especialista explica como ajustes na iluminação podem reduzir desconforto sensorial e melhorar a qualidade de vida

Abril é reconhecido mundialmente como o mês de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma iniciativa que visa promover a inclusão e compreensão das pessoas autistas. A campanha nacional de 2025, com o tema “Informação gera empatia, empatia gera respeito” e a hashtag #RESPECTRO, destaca a importância do conhecimento na construção de uma sociedade mais acolhedora. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que no Brasil, estima-se que existam cerca de 2 milhões de pessoas com autismo.

Dentro desse contexto, a atenção ao ambiente físico, especialmente à iluminação, desempenha um papel crucial no bem-estar das pessoas com TEA. “Muitos indivíduos autistas apresentam hipersensibilidade sensorial, tornando-os mais suscetíveis a estímulos como luzes intensas ou cintilantes. Uma iluminação inadequada pode gerar desconforto, ansiedade e dificuldades na interação social”, explica Adriana Tedesco, naturopata e especialista em iluminação saudável.

Para criar espaços mais confortáveis e inclusivos, Adriana sugere algumas práticas de iluminação adequadas para pessoas com TEA:

  • Iluminação homogênea e suave: “Evitar contrastes acentuados e utilizar luzes difusas ou indiretas contribui para um ambiente mais tranquilo e previsível para a pessoa autista”.
  • Temperatura de cor adequada: “A luz deve ser adaptativa e projetada de forma personalizada, de acordo com o uso do ambiente, atividades realizadas e particularidades dos usuários. Uma boa indicação é a luz dinâmica, aquela que vai alternando em cor e intensidade ao longo do dia, simulando as nuances da luz natural”.
  • Equipamentos com alto índice de reprodução de cor (IRC): “A luz de qualidade melhora a percepção do ambiente e pode ajudar na orientação espacial, reduzindo a sensação de confusão”.
  • Evitar lâmpadas fluorescentes: “Essas lâmpadas podem emitir ruídos e cintilações que, embora imperceptíveis para a maioria das pessoas, podem ser extremamente incômodos para indivíduos com TEA. A escolha de lâmpadas de LED de boa qualidade é mais segura”.

Além das adaptações ambientais, Adriana destaca que a iluminação também pode ser utilizada como uma ferramenta terapêutica. “A iluminação regulada pode auxiliar na produção de neurotransmissores como serotonina e melatonina, ajudando na regulação do sono e na redução de estresse e ansiedade”.

A conscientização sobre o impacto da iluminação no dia a dia das pessoas com TEA é fundamental. “Ao promover ambientes com iluminação adequada, estamos contribuindo para o bem-estar e a inclusão, respeitando as necessidades sensoriais de cada indivíduo”, conclui Adriana Tedesco. Neste Abril Azul, a informação se torna uma ferramenta poderosa para construir um mundo mais empático e acessível para todos.

Sobre Adriana Tedesco

Adriana Tedesco tem como missão projetar ambientes luminosos saudáveis, trazendo experiências da natureza para dentro de nossos espaços, permitindo que o corpo humano reconheça e se sincronize com os ciclos naturais. Seu trabalho visa proporcionar bem-estar e qualidade de vida, transformando a iluminação em uma ferramenta de cura e reconexão com a própria essência. Ela é titular do Studio Guido Projetos de Iluminação Integrativa, referência no setor, onde lidera o desenvolvimento de projetos que aliam luz e saúde. Seu escritório é um dos poucos especializados nessa abordagem inovadora, que considera os impactos da iluminação no ser humano.

Adriana iniciou sua trajetória na arte e no design desde a infância, influenciada por sua família e amigos. Aos 18 anos, formou-se em Educação Artística e licenciatura em Artes Cênicas, especializando-se posteriormente na Itália, onde teve contato com fábricas renomadas e participou, por 13 anos consecutivos, dos maiores eventos internacionais de tecnologia e design em Frankfurt e Milão. Ela se aprofundou nos impactos da luz artificial na saúde e no comportamento humano, especializando-se em Lighting Design com foco em neurociência e bem-estar. É pós-graduada em Naturopatia, capacitada em Neuroiluminação pelo Instituto Poli Design de Milão e possui MBA em Neuroarquitetura e Iluminação pelo Instituto Franklin Covey.

Como especialista em design biofílico, Adriana une diferentes áreas do conhecimento para criar uma metodologia própria na projeção da iluminação nos ambientes construídos. Sua abordagem humanizada coloca as pessoas no centro dos projetos, minimizando os impactos negativos da luz artificial e promovendo um ambiente mais harmônico e equilibrado. O Studio Guido Projetos de Iluminação Integrativa está localizado na Rua Guaiaó, 66 – sala 809 – Praiamar Corporate – Santos – SP. Telefone: (13) 3234-3445.

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