Atletismo: brasileiros buscam índice olímpico na Maratona de Valência
Brasil terá três mulheres e um homem participando da prova
No domingo (06), quatro dos principais maratonistas brasileiros estarão em Valência, na Espanha, para participar da tradicional maratona local. O grupo composto por Ederson Pereira, Adriana Aparecida da Silva, Valdilene dos Santos Silva e Andreia Hessel vai em busca de obter ainda neste ano o índice olímpico exigido pela World Athletics (entidade que administra o atletismo em nível mundial) para os Jogos de Tóquio. Para se garantir na Olimpíada, as mulheres precisarão percorrer os 42.195 metros em 02h29min30seg. Já no masculino o tempo exigido é de 02h11min30seg.
Dois atletas brasileiros já estão qualificados: Paulo Roberto de Almeida Paula e Daniel Chaves. O Brasil pode ter até três representantes em cada naipe. “Está tudo certo para viajar. Todos fizeram o exame PCR, exigido para entrar na Espanha a convite dos organizadores. Nossa perspectiva é boa. As meninas voltaram no fim de semana da Colômbia, onde fizeram preparação em altitude. Vamos seguir protocolos semelhantes aos do Mundial de Meia Maratona da Polônia, realizado em outubro”, comentou Claudio Castilho, treinador da equipe que também vai compor a delegação na viagem. O treinador lembra que a fase é muito difícil. “Estamos torcendo para que a pandemia passe logo. É duro você ser pressionado pelo fato de nem saber se vai ter outra maratona dentro do período que resta para obter o índice. Estas questões acabam tirando um pouco o sossego dos atletas e dificultando ainda mais planejamento”, concluiu Claudio.
Adriana Aparecida da Silva, Andreia Hessel e Valdilene Santos treinaram na Colômbia por mais de um mês. Adriana, bicampeã pan-americana de maratona, e Andreia se prepararam em Sopó, localizada a 2.650 metros acima do nível do mar. Valdilene treinou em Paipa, cidade bem conhecida dos fundistas brasileiros, a 2.502 metros acima do nível do mar. “Tive a companhia da Adriana e foi um ótimo camping na altitude”, disse Andreia. “É um local novo, onde deu para explorar diversos percursos. Deu tudo certo”, comentou a atleta sobre Sopó. Valdilene treinou sozinha em Paipa, mas voltou ao Brasil satisfeita. “Estou bem preparada, fiz um ótimo camping e esperando uma boa competição em Valência”, disse.
Já Ederson Pereira, medalha de ouro nos 10.000 m dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, manteve a preparação na sua cidade, Caçapava, em São Paulo. “Estou otimista para minha estreia na maratona. Os treinos realizados foram muito bem feitos e agora é só esperar a competição”, comentou. Andreia, Valdilene e Ederson disputaram o Mundial de Meia Maratona em Gdynia, na Polônia, no dia 17 de outubro. Andreia completou na 76ª colocação, registrando a melhor marca de sua carreira na distância (01h14min41seg). Valdilene teve uma crise de hipotermia por causa do frio e cruzou a linha de chegada em 94º. Já Ederson completou o percurso na 90ª colocação.
A Maratona de Valência terá participação de cerca de 300 atletas, todos de elite, por causa das restrições causadas pela pandemia (uma competição virtual será realizada para os amadores). Os corredores da prova de 42,195 km farão duas voltas num circuito de pouco mais de 21 km, também em função da segurança sanitária, para ter maior controle de público. Entre os destaques na maratona estão os etíopes Birhanu Legese (02h02min48seg) e Kinde Atanaw (02h03min51seg), campeão do ano passado e recordista do percurso valenciano. Entre as mulheres, a lista de candidatas à vitória tem as etíopes Ruti Aga (02h18min34seg), Birhane Dibaba (02h18min35seg), Zeineba Yimer (02h19min28seg), Tigist Girma (02h19min52seg) e Mare Dibaba (02h19min52seg). Todos os participantes (atletas, treinadores e dirigentes) ficarão isolados em dois hotéis-bolha, que os organizadores reservaram para o evento.
Agência Brasil