Empoderamento: a chave para se tornar uma mulher de TI
Por Priscilla Mariano
A área de Tecnologia da Informação (TI) é geralmente conhecida por ser predominantemente masculina e sem muito espaço para o trabalho das mulheres. Um dos fatores que contribuem para essa discrepância na dinâmica de nossa cultura é o fato de os cargos de poder de decisão – e as formações acadêmicas de exatas e tecnologia – serem historicamente dominadas por homens.
O empoderamento feminino é a melhor forma de driblar esse cenário, afinal ao contrário do que muitos pensam, empoderar não quer dizer distribuir privilégios ou se sobressair à alguma situação. É buscar ações que promovam a mudança, tendo como foco a igualdade entre pessoas e suas condições de vida.
Se você é uma mulher com experiência profissional, muito provavelmente tem uma história para contar, seja de alguma situação em que foi discriminada ou subjugada no trabalho. Ou ainda pode ter ouvido absurdos como: “áreas de exatas são para homens, e áreas de humanas são mais aderentes às mulheres”.
As consequências dessas disfunções sexistas, passadas hereditariamente, estão enraizadas em nossa cultura e se refletem no mercado de trabalho brasileiro. Segundo o PNAD, temos mais de 580 mil profissionais de TI no país – sendo apenas 20% mulheres.
No Brasil, as mulheres recebem salários inferiores a colegas homens que desempenham as mesmas funções. De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de recrutamento Revelo, essa diferença é de cerca de 17,4% a menos comparada aos salários masculinos.
Muitas mulheres também precisam enfrentar o desafio de vencer a defasagem de aprendizado e a qualidade na educação pública. De acordo com dados da última pesquisa do INEP, de 2019, o Brasil conseguiu alfabetizar 93,5% de sua população com mais de 15 anos. Mas, na prática, ainda faltam 11 milhões de brasileiros a serem alfabetizados até 2024 – um contingente equivalente à toda a população do estado do Paraná.
Outro caso grave é o do analfabetismo funcional: segundo o Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), de 2018, praticamente 30% da população entre 15 e 64 anos tem problemas para interpretar e compreender textos.
Diante destes desafios, a mulher deve saber se empoderar para realizar seu sonho e, assim, conquistar sua posição no mercado. É preciso buscar suas próprias oportunidades de crescimento por meio de cursos de curta duração, mais conhecidos como nanodegree. Esses cursos são uma excelente forma de absorver os conhecimentos e habilidades exigidas pelo mercado de forma rápida e eficaz. Por serem disponibilizados online, também possibilitam que as mulheres possam conciliar suas responsabilidades pessoais e profissionais.
Além de investir na educação e focar no aprendizado técnico, é imprescindível que as profissionais desenvolvam as chamadas soft skills – habilidades emocionais e comportamentais que são cada vez mais valorizadas pelo mercado de trabalho.
Inteligência emocional, resiliência, comunicação, negociação e gerenciamento de crises são habilidades essenciais no dia a dia da carreira para lidar com as dificuldades e, principalmente, conquistar altos cargos nas empresas.
Segundo uma consultoria de marketing digital desenvolvida pela empresa TWIRI, 27,4% das empresas brasileiras não possuem nenhuma mulher exercendo qualquer cargo de chefia. Além disso, em 32,3% das companhias nacionais, a presença feminina não passa de 10% do total das posições de liderança.
Para mudar essa realidade, as redes de networking – especialmente as que são formadas exclusivamente por mulheres – são excelentes alternativas para conquistar contatos no mercado e fazer com que as mulheres fortaleçam os vínculos profissionais. Além de facilitar o ingresso na área, a troca de experiências é essencial para gerar uma rede de mulheres que se apoiam entre si.
Nesse contexto, é importante que a mulher ouça a sua intuição e descubra qual profissão quer seguir em determinada área. Desenvolvedora de software, analista de dados, analista de segurança da informação, suporte e desenvolvedora web são profissões em alta no mercado de TI. Mantenha-se atualizada sobre as tendências da área. Adote o lifelong Learning, use sua criatividade e mantenha-se em constante aprendizado.
Por fim, mas não menos importante, desenvolva inteligência emocional constantemente, empodere-se sobre os temas em destaque do mercado e lute pelo seu sonho. A realização profissional na área de tecnologia depende de esforço e, principalmente, perseverança.
Priscilla Mariano é diretora acadêmica na escola de tecnologia Skill Lab Brasil.
Sobre a Skill Lab Brasil:
https://skilllabbrasil.com.br/
Criada pelo SEDA Education group, a escola oferece cursos tecnológicos qualificados voltados para o mercado de trabalho, com o objetivo de capacitar empresas e pessoas em prol de um mercado tecnológico de experiência.