Saúde

Fique atento aos cuidados básicos ao fazer tatuagem

Locais sem higiene adequada podem levar a infecções como hepatite do tipo B e C, pelo contato de uma agulha contaminada com a pele

Uma escolha geralmente muito pensada. Fazer uma tatuagem leva tempo e planejamento. Por conta disso, quem pretende desenhar algo no corpo deve ficar atento na hora de escolher o local. Muitos estúdios colocam em risco a saúde tanto de clientes como dos próprios profissionais ao não adotar alguns cuidados básicos de higiene e biossegurança.

Um fator importante é que os tatuadores tomem as três doses de vacina necessárias para garantir a imunização contra o vírus da hepatite B. Além disso, a utilização da autoclave para esterilização dos materiais é essencial. “O ideal é que o material utilizado fique no mínimo uma hora no equipamento a uma temperatura mínima de 170°C”, explica a enfermeira Clementina Isihi.

As transmissões mais comuns em estúdios de tatuagem são de hepatite do tipo B e do tipo C. A contaminação da hepatite ocorre através do contato de uma agulha contaminada com a pele e pela reutilização de tinta.

Mas, os riscos de transmissão de doenças em estúdios de tatuagem vão além das hepatites virais. O infectologista Roberto Focaccia, conta que “a lavagem de mão inadequada ou a ausência dela é algo gravíssimo, que aumenta a probabilidade de transmissão de vírus, bactérias e fungos”.

Para a assistente social, Meire Rodrigues pesquisar a reputação do local e verificar a limpeza é muito importante. “Eu sempre olho se o local é limpo e de preferência faço com alguém de confiança. Não dá para brincar com algo tão sério”, afirma.

Vacina

A vacina que combate a hepatite B está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde), para pessoas com até 49 anos de idade. Os indivíduos pertencentes ao grupo de risco, como tatuadores, manicures, podólogos, bombeiros, gestantes, profissionais da saúde e portadores de doenças crônicas, podem e devem tomar a vacina gratuitamente, independente da idade.

De acordo com o infectologista Gustavo Kawanami, em fevereiro de 2002 foi criado o programa nacional de hepatites virais voltado ao atendimento de aproximadamente 2 a 3 milhões de brasileiros portadores da hepatite C.

“Nos últimos 15 anos nenhuma outra doença infecciosa passou por uma revolução tão grande em relação ao tratamento da hepatite C. Em 2002, falávamos de taxas de controle do vírus que não excediam 55%. Em 2012, instituímos tratamentos almejando taxas de cura próximas a 70%. Hoje, já
existem tratamentos mais curtos, com efeitos colaterais exponencialmente menores e chances de cura em torno de 92%”, explica.

A fiscalização das condições dos estúdios de tatuagem na cidade de São Paulo é realizada pela Vigilância Sanitária Municipal.

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